PRORROGADO ATÉ DIA 15 DE NOV/2023
Série: Cutucando o cu do Cânone
Combinamos, aqui, com a presente proposta, perspectivas sobre discurso, diferença, língua, imagem, história, poder etc. para conceber o fato do corpo em diferentes registros de materialização/constituição, escalas de materialidade e níveis de funcionamento. Com a publicação da obra Cutucando o cu do cânone: insubmissões teóricas e desobediências epistêmicas, organizado por Iago Moura, Nai Monteiro, Renato Peruzzo e Rick Afonso-Rocha, colocamos algo, então, como uma história anal: dos equívocos discursivamente analisáveis…. das fissuras e excessos, dos sintomas textualmente distintivos, deslizando sobre a materialidade arquivística do corpo na contemporaneidade. Uma história que ‘o historiador’ – lugar de um sujeito universal e também de um enunciador – não quer (porque não pode e nem deve) contar, mas que não deixa de retornar em sua atividade narrativa como insistência do Outro. O arquivo, então, não será outra montagem que não aquela que preserve a restituía a iterabilidade do equívoco do corpo-linguagem.
Sendo assim, o volume Materialismos anais busca problematizar e debater as imbricações entre as diferentes teorias e dispositivos teóricos materialistas – a exemplo do marxismo, do anarquismo, do estruturalismo, da análise materialista de discurso, da genealogia foucaultiana – tendo como ponto de mirada o ânus (e sua materialidade), tomado como espacialidade discursiva de articulação dos restos da memória, dos restos da histórias, dos restos do social. Interessa-nos debates oriundos dos mais diversos domínios científicos das Ciências Humanas (Antropologia, Linguística, Ciências Sociais, Ciências Políticas, Economia Política etc.). Congrega, ainda, diferentes extratos ou zonas epistêmicas da América Latina, postulando o significante anal como um dispositivo reproblematizador das histórias do corpo.
Espera-se que os trabalhos a serem reunidos nessa obra possam dialogar entre si a partir de uma prática discursiva transformativa, convocando-se também a discursividade do materialismo histórico como um dispositivo teórico igualmente necessário para conceber os funcionamentos corporais. Dita articulação afirma a tese do trabalho teórico como um espaço cortado por antagonismos desiguais, em que a teoria pode ser vista como uma arma revolucionária entre outras, tal qual compreendeu Althusser. Neste horizonte, sugere-se que os trabalhos suspeitem de posturas reformistas e conciliatórias sobre materialidades corporais. Rechaçamos a apropriação liberalista que vem governando as práticas discursivas subalternizadas, determinando o trabalho teórico e a organização política quase que exclusivamente no prisma do jurídico e na luta por reconhecimentos/representação/representatividade.
Em sentido contrário, compreendemos que a lógica capitalista está profundamente entrelaçada com a produção de inimigos sociais, ou seja, grupos ou indivíduos que são considerados desviantes ou ameaças à ordem estabelecida. Essa produção de inimigos sociais é uma forma de manter a disciplina e o controle social, mas também é uma forma de estimular a acumulação de capital.
Nesse sentido, o sistema sexual é uma ferramenta importante na produção de inimigos sociais. A construção social das identidades de gênero e sexualidade é usada para criar antagonismos imaginários centrados na produção de inimigos sociais, como os “homossexuais”, “as “mulheres promíscuas”, os “transgressores da norma” ou ainda a “epidemia trans”. Esses antagonismos imaginários são utilizados para justificar a exclusão, a opressão e a exploração desses grupos, enquanto se mascara a superexploração que mantém a acumulação de capital.
No entanto, é importante ressaltar que a produção de inimigos sociais não é apenas uma questão de construção cultural, mas também está profundamente enraizada nas condições econômicas e sociais da sociedade. Como argumenta a teórica feminista Silvia Federici, a acumulação primitiva do capitalismo foi baseada na expropriação e exploração das mulheres e de seus corpos, especialmente por meio da reprodução e do trabalho doméstico não remunerado.
Assim, o sistema sexual, compreendido como um antagonismo imaginário centrado na produção de inimigos sociais, está a serviço do antagonismo real, econômico. Ele é usado para justificar e reproduzir a exploração e a opressão das mulheres, das pessoas LGBT+ e de outras minorias, enquanto se mantém a lógica capitalista de acumulação de capital. Por isso, desde o que chamamos “materialismo anal”, compreendemos a luta contra o sistema sexual como parte integrante da luta mais ampla contra o sistema capitalista.
Tentamos aqui formular gestos transformativos e ressignificações no arquivo vivo heterogêneos. Compreendemos que as lutas de reconhecimento estão na ordem do paliativo, dos dizeres produzidos desde uma formação discursiva republicana. Negamos a afirmação da suposta obviedade da superação da história, do fim da ideologia e da contemplação da sociedade de riscos. Afirmamos a coragem na desesperança. A coragem para afirmar que a ideologia dominante está a produzir-nos como inimigos sociais a serem combatidos; produção que garante, no social, a suposta necessidade do Estado, esse primeiro combatente que sempre está agindo em defesa da sociedade, trazendo, a reboque, a defesa e a ilustração do modo de produção capitalista e sua superexploração que recorta o social e domina as contradições de raça, de gênero, de sexo etc.
Utilizamos o termo materialista em uma perspectiva ampliada, não restringindo-o apenas a uma posição teórica e epistemológica fundada nos pressupostos do materialismo histórico-dialético marxiano, mas sim na releitura althusseriana daquilo que denominou materialismo subterrâneo, e que, enquanto tal, não supõe nada preestabelecido, não supõe nada pré-linguístico, anterior ao discurso, que toma como pressuposto a negação do sempre-lá, é o materialismo não subjetivista, do desvio: “um materialismo do encontro, portanto, do aleatório e da contingência, que se opõe, como pensamento totalmente outro, aos diferentes materialismos recenseados, inclusive o materialismo correntemente atribuído a Marx, Engels e Lenin, o qual, como todo materialismo da tradição racionalista, é um materialismo da necessidade e da teleologia, isto é, uma forma transformada e disfarçada de idealismo” (2005, p. 9).
Já por analidades tomamos narratividades corporalmente subterrâneas, isto é, anal como memória da infâmia. O anal como resto de arquivo – aquilo que é arquivado como efeito do encontro com o poder: a subalternização se faz a partir da coalizão de gestos do arquivo que, como efeito, também faz memorar àquelas vidas produzidas como indignas de memória (LGBT+, mulheres, negros, indígenas…). Paradoxalmente, essa produção significante constitui, também, a indignidade da comemoração/rememoração de determinadas formas de vida. Embora o anal não esteja restrito ao sistema sexo-gênero, neste trabalho interessa-nos recortar esse lócus como um seu espaço privilegiado de compreensão. Assim, tomamos por materialismos anais as práticas discursivas heterogêneas que buscam escutar os regimentos de funcionamento do corpo face ao primado da ausência, em suas distintas nuances conceituais.
O ânus como um espaço material, um sítio de significação que convoca gestos de leitura. O ânus como espaço simbólico, um espaço na história, espaço de movimento de sentidos e sujeitos. Interessa-nos compreender como o social governa o anal, mas como esse também significa e re-corta aquele. Compreender como a linguagem funciona no ânus, já que como espaço material, sentidos e sujeitos se constituem no e pelo anal. Como esse espaço anal se diz e como a linguagem se espacializa nele. Como os sentidos aí se constituem, se formulam e transitam. Sentidos e sujeitos significados pela subalternização. Buscamos lançar luzes na rugosa textualidade do ânus.
É nessa direção que lemos as discursividades subalternas como propostas de potência transformativa, contraintuitiva e não subjetivista, que permitem colocar em questão os sistemas de opressões a partir da compreensão de que essas são um efeito do modo de produção capitalista. É nessa direção que compreendemos o cuir como uma tomada de posição ideológica anticapitalista, visto que o sistema sexo-gênero é um dos mecanismos de neutralização da ideologia dominante e de construção das condições de sua aceitabilidade.
Para que o capitalismo possa pacificar e normatizar a superexploração da força de trabalho, precisa produzir máquinas de construção de inimigalidade virtuais, de modo a impedir a articulação do ódio de classe, do ódio direcionado a burguesia em torno de uma identidade coletiva proletário. Para isso, sua máquina afetiva direciona o ódio ao outro, ao diferente que é produzido como elemento de expiação, aquele para quem devemos direcionar nossas frustrações, nosso ódio, nossa ira, aquele que é produzido como o responsável pelas mazelas sociais. Funcionamento que desresponsabiliza o modo de produção capitalista e coloca em suspenso o debate da superexploração da classe trabalhadora.
Assim, serão bem-vindos textos teórico-analíticos que ponham em jogo o debate sobre os materialismos a propósito do sistema sexo-gênero. Ou seja, temos interesses em trabalhos problematizem as relações entre gênero, sexo e classe, que problematizem o sistema sexo-gênero como efeito do modo de produção capitalista, trabalhos que coloquem em jogo o antropoceno, recortando as questões de gênero e sexualidade, trabalhos que relacionem o sistema sexual ao processo de acumulação primitiva, que considerem a categoria de superexploração, de dependência e que as relacionem com os pressupostos dos estudos de gênero e sexualidade.
Esperamos que os textos explicitem e descrevam seu dispositivo teórico e seus princípios e procedimentos analíticos, articulando-os ao respectivo domínio teórico, de modo que essa coletânea seja lida como um trabalho de metodologia da ciência proletária, tendo como esquadro visual o sistema sexo-gênero. Esperamos que os textos explicitem e descrevam seu dispositivo teórico e seus princípios e procedimentos analíticos, articulando-os ao respectivo domínio teórico, de modo que essa coletânea seja lida como um trabalho de metodologia da ciência proletária, tendo como esquadro visual o sistema sexo-gênero.
Para situar os interessados, faz-se destacar que lemos os seguintes trabalhos como materialistas anais: La guerra contra las mujeres, de Rita Segato; La política de todes: feminismo, teoría queer y marxismo en la intersección, de Holly Lewis; Capitalismo gore, de Sayak Valencia; Lenguaje inclusivo y exclusión de classe, de Brigitte Vasallo; Calibã e a bruxa: mulheres, corpo e acumulação primitiva, de Silvia Federici; Deseografías: uma antropologia del deseo, de Rodrigo Parrini; Foucault para encapuchadas, do Coletivo Manada de Lobxs; Ética mutante del deseo disca y las afecciones de la interdependencia funcional, de Leonor Silvestri.
Este pretende ser o volume dois do projeto teórico Cutucando o cu do cânone no qual consideramos que:
[…] se o falo alude ao órgão sexual que está no centro da triangulação edipiana, sendo o Um configurador da falta, o significante despótico, propomos, como contra-leitura: o cu como significante munificente, isto é, como significante largo, do excesso, sobejo, exagerado, descontrolado e redundante. É assim que, se o falo, quando lhe convém, pode se passar pelo pênis, também poderá o cu superpor-se ao ânus, quando lhe convenha, sem que se confundam. O cu é, portanto, sinédoque dos restos dos bioarquivos dominantes em sua relação com a memória social. Ele é tomado, no viés ora discutido, como um espaço alternativo de reunião, de investimentos e de expectativas fantasmáticas das fronteiras abjetas do corpo na história. É, então, um significante performativo-político para dizer, ouvir, articular, pautar e reinventar o não-vivível, o inenarrável, o inimaginável, o inaudível e o traumático dos bioarquivos dominantes. Lugar de imediato retorno do ainda-não-assimilável sobre a eficácia do sempre-ainda das cadeias excludentes.
A presente coletânea será organizada em duas partes orientadas pelo dispositivo teórico, a saber:
I – Materialismos decoloni(an)ais, com organização de Iago Moura, situando-se aí diferentes produções significantes (não exclusivamente a escrita) que reflitam sobre o que vamos designar colonialidades anais, enquanto inconsciente material bioarquivístico das colonialidades de saber/poder (MOURA, 2023, no prelo), bem como articulações entre corpo, discurso e temporalidade. Considera-se que o sistema sexual é uma parte do sistema capitalista. Isso significa que o sistema sexual é visto como uma das bases materiais que sustentam a lógica do capitalismo, juntamente com outras infraestruturas como a propriedade privada e a divisão do trabalho. O sistema sexual, entendido como o conjunto de normas, valores e práticas que organizam as relações sexuais e de gênero na sociedade, é uma das formas em que o capitalismo se manifesta. Ele é usado para controlar e disciplinar corpos e desejos, reforçando a lógica do lucro e da produção. Assim, buscamos trabalhos que tenham como orientação a compreensão da relação entre o sistema sexual e o sistema capitalista, e como esses dois sistemas se constituem mutuamente. A análise infraestrutural do sistema sexual permite entender como as relações de gênero e sexualidade são construídas e mantidas, reproduzindo a lógica do capitalismo e como podem ser transformadas através da luta política e social.
II – Anarquismos anais, organizada por Rick Afonso-Rocha, na qual congregará textos posicionados desde a ideologia política anarquista. O anarquismo anal é um campo teórico-ideológico que se desenvolve a partir da articulação entre o anarquismo, a teoria cuir e os estudos discursivos. Essa articulação se dá na compreensão do sistema sexo-gênero como um mecanismo de sustentação do capitalismo e na análise das materialidades desse sistema, como a forma-estado, o sujeito de direito e a forma-política, a partir de uma perspectiva anarquista que leva em consideração o funcionamento da língua na história. O dispositivo teórico do anarquismo anal é composto pelo entremeio da teoria cuir com o materialismo discursivo, em que a teoria cuir oferece uma análise crítica da normatividade sexual e de gênero, enquanto o materialismo discursivo busca compreender como os discursos produzem e sustentam as formas de poder presentes na sociedade. A partir dessa articulação, o anarquismo anal busca analisar o sistema sexo-gênero como um dispositivo de controle e dominação, que é sustentado pelo capitalismo e pela sua lógica de acumulação. Uma das características do anarquismo anal é o seu materialismo estruturalista, que se baseia na análise da língua como forma material inscrita na história e atravessada pela ideologia. Nesse sentido, o anarquismo anal se interessa pela análise de conjuntura a partir da língua e das suas relações com as formas de poder presentes na sociedade. Além disso, o anarquismo anal também é caracterizado pela sua abordagem interseccional, que reconhece que as opressões e desigualdades não estão separadas. Dessa forma, a análise do anarquismo anal inclui uma perspectiva ampla e complexa sobre as relações de poder na sociedade, que leva em consideração as interações entre gênero, sexualidade, raça, afirmando, contudo, a primazia do antagonismo real, a classe.
Normas
Os textos podem ser submetidos em formato Doc ou Docx até o dia 30 de julho de 2023 através do e-mail cutucar.cu.devires@gmail.com. As submissões devem apresentar uma folha de rosto (anexo separado) com os nomes das autoras e dos autores (tal qual querem ser citadas) – e minibiografias constando informações que as autoras e os autores julguem pertinentes (acadêmicas, existenciais, culturais, identificações de gênero, sexo, raça, etnia etc.). Formatação Máximo de duas autoras/autores por trabalho. Máximo de dois trabalhos por autoras/autores. Máximo de 16 páginas (com certa flexibilidade – sem abuso). Times New Roman, 12, espaçamento de 1,5 e texto justificado. Sem resumo e palavras-chave. Margens de 3 cm. Título: negrito, maiúsculo e centralizado no idioma do texto. Textos em português ou em espanhol. Subtítulo (se houver): primeira letra em maiúscula, negrito, centralizado, em linha abaixo do título. Título de Seções (se houver): primeira letra em maiúscula, negrito, centralizado. Espaço de uma linha em branco separando do parágrafo anterior. Sem espaço de linha em branco separando do seu primeiro parágrafo. Citação: autor-data (MOMBAÇA, 2016, p. 350). Observar: na primeira vez que citar fora dos parêntesis, constar o nome e sobrenome, exemplo: “Conforme Beatriz Bagagli (2014) …”. Citação longa (+ de 3 linhas) com recuo de 4cm. Rodapé: Times New Roman, 10, espaçamento simples. Quadro, tabelas e figuras: constar a fonte (uso autorizado), imagens em alta resolução e em preto e branco. Observar as normas do IGBE. Referências: ao fim do texto, em ordem alfabética, constando todos os dados de imprenta, cf. norma da ABNT. Não se deve abreviar os nomes, exemplo: YORK, Sara Wagner; OLIVEIRA, Megg Rayara Gomes; BENEVIDES, Bruna. Manifestações textuais (insubmissas) travesti. Estudos Feministas, v. 28, n. 3, p. 1-12, 2020.
Textos que exercitem uma política insubmissa e dissidente de citação, de modo a tensionar o imperativo de circulação de saberes oriundo do Norte epistemológico em suas múltiplas contradições: de raça, de gênero, geopolítica, étnica, de sexo etc. (sulear a bibliografia). Observação: caso se opte, em termos de política de citação, por racializar e/ou generificar as autoras citadas e os autores citados, sugere-se que o critério seja geral e não particularizante de sujeitos dissidentes apenas. Exemplos: “O pensador branco, cis, gay Michel Foucault” / “A pensadora travesti Amara Moira” / “Giorgio Agamben, filósofo branco, cisgênero, hétero”.
Alertamos que os trabalhos podem ser escritos em formas outras que não apenas os gêneros tidos como acadêmico-científicos (artigo, ensaios, paper etc.). Podem ser escritos (recomendamos) em primeira pessoa do singular ou plural (em caso de coautoria). Estudos que implodam as estabilidades genéricas tradicionais vigentes na ordem do acadêmico serão bem-vindos. Trabalhos híbridos com traços autobiográficos e/ou literários, vivências, relatos de experiência, autoetnografias, outras experimentações textuais e textos fronteiriços igualmente serão aceitos. Em suma, enquadram-se na presente proposta as mais diversas formas de tomada de palavra e de construção de textualidade. Traduções para o português de trabalhos escritos em outros idiomas também serão bem-vindas, desde que as/os tradutores disponham da autorização daquelas/daqueles que possuam os direitos autorais dos textos ou se esses já estejam em domínio público ou sejam textos publicados por coletivos libertários ou anarquistas que não reivindicam autoria de suas publicações.
O resultado dos trabalhos selecionados para compor a coletânea será comunicado através de e-mail específico, contendo o respectivo aceite e/ou pedido de correções até dia 10 de setembro de 2023. Os trabalhos que demandarem algum tipo de correção e/ou ajuste deverão ser entregues pelas/os autoras/es até dia 30 de setembro de 2023. Às autoras e aos autores contempladas/contemplados não recairá quaisquer ônus de custeio da obra, sendo-lhes garantido o direito autoral sobre seus próprios textos.
Organização
RODRIGO PARRINI
Profesor-investigador del Departamento de Educación y Comunicación de la Universidad Autónoma Metropolitana, Xochimilco. Es psicólogo y antropólogo. Doctor en antropología por la UAM-I y maestro en Estudios de Género por El Colegio de México. Ha realizado diversas investigaciones de corte cualitativo y publicado artículos académicos en el campo de la sexualidad, género, corporalidad y prácticas culturales en diversas revistas en español, inglés y portugués. Desde hace diez años realiza una investigación etnográfica en una ciudad de la frontera de México con Guatemala (Tenosique) sobre los vínculos entre la globalización y la construcción de sexualidades no hegemónicas y desde hace tres años otra sobre flujos migratorios, abandono y corporalidad, en la misma localidad. Actualmente coordina un proyecto de investigación sobre prácticas de solidaridad con migrantes centroamericano en su paso por México, en colaboración con la Universidad Centroamericana de El Salvador, y trabaja con la compañía Teatro Línea de Sombra en un proyecto escénico y etnográfico titulado Carnaval de Abandonados y que se centra en los potenciales políticos de los dispositivos festivos para visibilizar a los colectivos migrantes y las condiciones de su viaje por México.
IAGO MOURA
Doutorando em Letras (UESC/UBA). Mestre em Letras (UESC). Especialista em Direito Constitucional (UniAmérica). Licenciado em Letras (Unime/Unopar). Bacharel em Direito (UESC). Advogado (OAB/BA). É membro do Grupo de Estudos Discursivos (GED/UESC), do Grupo de Estudos Pecheutianos (GEP) e do Coletivo Contradit (Coletivo de Trabalho – Discurso e Transformação). ORCID: https://orcid.org/0000-0003-2144-0948.
RICK AFONSO-ROCHA
Doutorando em Letras: Linguagens e Representações, pela Universidade Estadual de Santa Cruz (PPGL/UESC) com estância parcial de investigação no Doctorado en Humanidad da Universidad Autónoma Metropolitana (México). Mestre em Letras (UESC). Bacharel em direito (UESC) e advogado (OAB/BA). Licenciado em Letras Português (Unopar). Especializado em Metodologias do ensino da Língua Portuguesa e Literatura na Educação Básica (Unopar). Especializado em Direito do Trabalho e Previdenciário (Unopar). Bolsista FAPESB. Integrante do grupo de pesquisa Discurso e transformação em diferentes práticas (DTDP/UFES), do Núcleo de Estudos Queer e Decoloniais (NuQueer/UFRPE) e do Grupo de Pesquisa Estudos Literários Contemporâneos: Fontes da Literatura de Jornal da UEFS. Colaborador do Grupo de Estudos Discursivos em Arte e Design (NEDAD/UFPR), do Grupo de Estudos Discursivos (GED/UESC) e do blog Resista! Observatório de Resistências Plurais.
Sobre o artista da imagem da capa
Alexis Cortijos-Lesté Instagram: cortijosleste