“Cutucando o cu do cânone: insubmissões teóricas e desobediências epistêmicas” é um livro provocativo que desafia as convenções acadêmicas e sociais ao explorar o potencial subversivo e performativo do ânus como um significante munificente. Enquanto o falo tem sido tradicionalmente associado ao centro da triangulação edipiana e ao poder despótico, a obra propõe uma contra-leitura, onde o cu é apresentado como um espaço amplo, excedente, descontrolado e redundante.
Nessa perspectiva, o cu é considerado sinédoque dos restos dos bioarquivos dominantes e da memória social, representando um espaço alternativo de reunião, investimentos e expectativas fantasmáticas. É um significante performativo-político capaz de expressar o não-vivível, o inenarrável, o inimaginável, o inaudível, o traumático, o sujo e o poluído dos bioarquivos dominantes. Ele desafia as fronteiras abjetas do corpo na história e funciona como um retorno imediato do ainda-não-assimilável sobre a eficácia do sempre-ainda das cadeias excludentes.
Neste livro, é defendida uma abordagem decoloni-anal do discurso ficcional, estranhando e tensionando as estruturas biopolíticas que o sustentam, a fim de construir realidades e imaginações alternativas. A reinscrição transgressiva ou apropriação transgressora do/pelo cu é apresentada como uma atitude anal-ética emblemática, capaz de dar voz, agência e subjetivação a corpos historicamente impossíveis de representação. Ao fazer isso, questiona-se as políticas hegemônicas de saberes do cânone, que hierarquizam, omitem e silenciam as significações literárias dos corpos dissidentes na produção e manutenção de seu bioarquivo.
“Cutucando o cu do cânone: insubmissões teóricas e desobediências epistêmicas” convida os leitores a desafiarem o capital, a academia e a sociedade, propondo revoltas e revoluções através de uma reflexão crítica e transgressora. Esta obra se destina a um público interessado em teoria literária, estudos culturais, estudos de gênero, queer e pós-coloniais, bem como àqueles que desejam questionar e redefinir as normas estabelecidas pela sociedade.