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No dia 6 de maio de 2016, enviei para Carlos (ou Carlota, para as pessoas mais próximas) o arquivo de sua primeira versão da tese com várias observações ao final. O meu parecer começava assim: “Bee, vc tem todas as possibilidades de fazer uma grande tese. Já tem muita coisa pronta, mas é preciso enfrentar o que vou destacar abaixo para tornar o seu trabalho uma puta tese.” Em seguida, eu elenquei as sugestões, várias delas já feitas na qualificação por integrantes da banca, então composta pela professora Denise Carrascosa e pelo professor Maurício Matos. Carlos enfrentou quase todos os pontos, ignorou alguns, mas ao final das contas produziu uma tese singular e que oferece uma excelente contribuição ao campo dos estudos de sexualidade e gênero.
E por que esta é uma puta tese? Em primeiro lugar, porque apresenta, efetivamente, uma tese, algo que, paradoxamelmente, nem sempre encontramos em trabalhos finais de doutorado. A tese de Carlos é que o pajubá se constitui muito mais do que em um repertório vocabular de determinadas bichas afeminadas pajubeyras. O pajubá as constituiu e se constitui em uma re(ex)sistência cultural capaz de subverter a heteronormatividade. Como isso acontece? Dentro de quais limites? É isso que você vai encontrar nas páginas deste livro.
Em segundo lugar, esta é uma puta tese porque Carlos inovou no método de escrita. Não conheço nenhum trabalho similar ao dele. A processualidade de sua produção, para horror de alguns acadêmicos, foi sendo publicada em nosso blogue Cultura e Sexualidade, mas não se resume a isso. As repercussões dos textos (ou o silenciamento) o ajudaram a refletir ainda mais sobre as questões sucitadas. E, a partir disso, é que ele vai recorrer a conceitos e teorias que o auxiliam a pensar o pajubá e as performances das pajubeyras. Isso acabou por construir a terceira caraterística que torna este trabalho uma puta tese, algo que eu e muitas outras pessoas temos sugerido às pessoas, mas que ainda é um tanto raro de se ver: a tese não é dividida em parte teórica/conceitual e parte empírica. E Carlos faz isso com extrema habilidade e assim vai tecendo as suas reflexões, aprendendo em todas as situações, em todos os cantos, inclusive nos mais escuros, nos quais adora transitar. Pois bem, muitas vezes nos encontramos nesses espaços escuros, barulhentos, cheios de pajubeyras que, às vezes, sequer eram brasileiras, e lá também conversamos sobre este trabalho. Não foram encontros de orientação, mas de aprendizado, risos, lágrimas, afetação, fexação, contaminação, e de muitas outras coisas impublicáveis...
E esse nosso encontro, na condição de orientador-orientando, é outra coisa linda que merece ser aqui registrada. Nos conhecemos em 2012, na cidade de Rio Grande, no Rio Grande do Sul, após a minha participação em uma mesa redonda, da qual participei a convite do professor Marcio Caetano, grande amigo de Carlos. Ambos me falaram do interesse de Carlos fazer doutorado na Bahia e a partir daí nosso contato se estabeleceu a ponto de eu ter deixado o meu apartamento para ele morar no período em que estive fora do Brasil para realizar meu pós-doutoramento. Conto isso aqui não para visibilizar nossas intimidades, algo recorrente e até fútil em tempos de redes sociais, mas para evidenciar o quanto ele está implicado em meu trabalho e o quanto eu estou implicado na tese dele.
Essa nossa experiência é mais uma com a qual podemos pensar com Paco Vidarte e seu livro Ética Marica, várias vezes citados nesta tese e que merece ser mais lido, em especial nesses nossos momentos fraticidas e tenebrosos, marcados por uma mega rigidez identitária típica de tempos de ditadura. Essa ética também é responsável por transformar este trabalho em uma puta tese. Que aprendamos com as pajubeyras. Se joguem!